Quando você morreu senti uma tristeza imensa, dessas que fazem o dia deixar de amanhecer. Me cobrei por maior lucidez, afinal estava sentindo a morte de uma cachorrinha, não era gente, não era filho, filha, não era mãe, irmão ou alguém que pudesse atingir o coração diretamente como uma faca.
Sim, a morte lacera, rasga o tecido da pele, esgarça o músculo do coração. Mesmo não sendo gente, sua falta me fez, por breves momentos, não ter vontade de abrir os olhos, sem você o dia ficou seco, sem nuvens, o sol sem brilho e a grama marrom.
A morte é uma paulada, escutei no rádio esses dias da boca de uma jornalista ao falar da morte. Que triste! Concordei com ela. Pensei nas palavras de Freud ao descrever o luto com maestria: ausência de libido. Desinvestimento. Um susto? O horror, a morte é o horror. Saber que algo existia e deixou de existir é sentir seu corpo abandonando a gravidade do chão, da casa, deixando de ter o quentinho no colo, os sons dos latidos.
Foi uma semana triste, espaços vazios na beira da cama, no pé do sofá.
Bella, bela, belinha!
Mandei uma mensagem para o grupo da família dizendo que meu último desejo é ser cremada, falei do futuro com o verbo no tempo presente; copiei e colei; inspiração repentina e vontade forte de que o fogo depurasse todos os pecados da Terra. Vontade de estar perto de você, minha Bella. Você foi cremada e pude, pela última vez, velar seu corpinho, inerte na sua inocência.
É da inocência que sinto sua falta, meu amor! Será que um dia os cachorrinhos responderão com palavras? Porque entender sei que me entendem.
Descobri, no vazio do meu colo, que te amar é o meu bálsamo. Cuidei de você, te embalei, banhei e te abracei até você fechar os olhinhos, para sempre.
Minha pequena Bella, você morreu quietinha, sem o barulho de um câncer que consome por dentro.
Bella, você é meu amor acrescido. Meu filho, minha filha e Marcello te amaram numa forma redonda, graciosa e serelepe de ser.
Sua morte deixa o silêncio, coloco palavras neste silêncio para que a sua partida vá acontecendo sem alardes, mas minhas lágrimas, me desculpe, não posso interrompê-las. Correm abundantes de saudades…
Precisamos amar para não morrer de fome…
Para você meu amorzinho, hoje e sempre.
Respostas de 7
Olá
Bellinha, que saudade . Você sempre viverá em nossos corações 💕
🌷
Até escuto a Belinha latindo o seu amor por você amiga, lá do céu!
Ahh! Descobri onde fica o paraíso, é no céu dos cachorrinhos 🫶🏼
Tive uma Belinha de 1997 a 2010 (poodle toy). Era a paixão de todos em nossa casa. Também foi levada pelo Ca, cremada e as cinzas jogadas no gramado em baixo do meu prédio. Eles sao os amiguinhos fiéis que temos e que quando partem, a saudade é tão doída que corrói por dentro. Só o tempo para amenizar!!
Sinto muito pela sua Bella!
Muito amados e que sua Belinha esteja no céu com minha Belinha🧡🧡🧡